27 de dez. de 2012

19 de dez. de 2012

Sobre dança.

‎"A dança é ainda mais marginal para o pensamento que acredita no mundo pelo olhar. A dança sustenta a experiência dela mesma (como coisa no mundo) na base dos sentidos sobre os quais podemos dizer muito pouco. Problema da natureza do dizer diante da natureza dos sentidos. Abismo do pensamento sem dialética, não dançante. A dança talvez possa ser expressa na imagem do cão que corre em torno de si mesmo, mordendo a própria cauda, e a razão a olhar, dizendo: falta de sentido, vazio de sentido."
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"Tais ideias me dão a sensação de que abrimos gavetas secretas. Gavetas que não guardam pensamentos, mas que os produzem, pelo simples fato da abertura. Seria esta a dança?"
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"A dança é o sinal claro de um poder (...) que ultrapassa todos os outros. Se todos pudéssemos dançar, não precisaríamos falar. Só a fala poética seria análoga da ação gerada na dança."
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"A esfera da arte é de tal modo apartada da vida que o reino da estética até parece coisa de metafísica mesmo. Quando tudo vem do real não parece real. Efeito de estranheza inquietante."
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"A dança me parece uma retradução do corpo totalmente corajosa, não porque, nela, limites, dores ou sofrimentos sejam suprimidos, mas porque ali a alegria do corpo (não necessariamente a da alma ou qualquer coisa semelhante) se anuncia invadindo a lógica, os costumes, as convenções, e a dor de existir se torna plena e banal a um só tempo."
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"A dança é um pensamento do corpo."
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Trechos extraídos do livro DIÁLOGO | DANÇA - Correspondências entre Marcia Tiburi e Thereza Rocha.



16 de dez. de 2012

Do livro "O Amor é Poá", da Clarissa Corrêa

O amor é uma eterna tentativa. É a busca por mais uma bolinha.

O amor muitas vezes só complica tudo. Guarde bem essa frase no bolso da calça.

Amor tem que ter conversa, tolerância, doses de paciência e falta de nojo. Porque pra amar tem que aceitar a parte suja do outro. Acho que é isso: amar é não ter nojo.

A saudade de um amor é uma das coisas mais doídas - e bonitas - da vida.

O teu olhar me dá mais coragem.

O amor é você perceber que não anda mais sozinho. Que tem alguém pra abraçar quando o mundo está grande demais. (Own!)

Descobri: amor é quando a gente quer ficar tão perto que chega a ter vontade de engolir o outro de vez em quando.

Tirar a sorte grande é acordar e sentir o cheirinho de quem a gente ama.

Quando tudo dá errado e eu te vejo, não sei explicar, parece que as coisas começam a dar certo.

E depois de um dia cansativo, chegar em casa e encontrar um bilhetinho escrito "te amo". Isso faz tudo valer a pena.

Que nome tem esse negócio que deixa o coração com um sorriso de orelha a orelha?

Tenho esse lado infantil de correr para o colo da mãe, acender a luz do corredor e não caminhar no escuro. Gosto da luz, do mundo claro.

Nós somos o reflexo das nossas referências.

Eu minto pra não magoar e pra gente que eu não quero que saiba da minha vida.

Quando a gente tá sozinho fica procurando coisas pra preencher o vazio: uma música, uma bebida, um livro, uma história bonita que nos salve.

Acredito nisso, a gente dá o que recebe, a gente passa pelo que tem que passar. Tudo volta, por isso cuido do que faço. Quero coisas boas.

Não me canso de me perguntar: por quê? Por que a gente tem que abandonar o lado despreocupado e quase infantil de viver? (É, por quê?)

A lembrança tem gosto doce porque a memória tem mania de esquecimento.

A sensação de eterno dá conforto, acalma os ânimos e oferece um cobertor para os sonhos.

Sinto falta daquela alegria que, de tão grande, mal cabia nos meus braços.

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